quinta-feira, 23 de setembro de 2010

o papel branco



ela sentiu sem bater a hora. ninguém precisou avisar. ninguém repara. não, não coincide com a tensão do antes de lembrar que é uma mulher. esta vem depois a cavalo com um felino de olhar comovedor na garupa. olhar que faz olhos ficarem secos num saldo de apenas vinte minutos ao dia. procura por entre as coisas jogadas na cama, onde foram parar as certezas, que variam de acordo com a temperatura do dia. o papel branco em cima da mesa não conta as anotações que devia ter feito para si da última vez. da última vez, pensou que havia pensado acertadamente sobre o que fazer. mas agora tudo se foi novamente. apagou-se ou não ficou legível o tal do pensamento acertado. vai ter que refletir mais uma vez e tentar chegar noutra conclusão. conclusão que não a leva para lugar algum, só mais a dentro da neblina da montanha.

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