terça-feira, 8 de junho de 2010

dor boa de doer.

dormi em cima da mão esquerda.
unhas vermelhas pintadas de energia.
todo peso faz ela dormir.
descascada na ponta do polegar.
estão nela todos os formigamentos da ausência de sangue.
carne, osso e nervos se tocam.
sangue pulsante em todo corpo.
o peso do corpo controla.
alguma parte precisava mais.
sangue ralo de dor doída.
então minha mão esquerda dôa.
percorre o caminho da correntes vermelhas.
dôa seu sangue ao órgão mais frio.
entrega sua fonte de calor.
um cálice de energia vermelha em forma de sangue.
doa a quem doer.
dor boa de doer por doar.

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