terça-feira, 20 de abril de 2010

desvios de rota

Começo quando planejo um bom começo. Não, nem sempre. Nem sempre os significados e sons usam as mesmas letras. 
Pic, pic, pic eu ouvia de fundo. Pode ser que seja dic, dic, dic. Ou ainda tic, tic, tic e ele ecoava igual e sem parar. Este som de seta ligada desde o momento que pensei entrar na rua estreita desconhecida faz ecoar um som de que nunca estive sozinha. 
Posso pesquisar para ver se nada está escrito errado no endereço, traçar rotas. Quando não se sabe o que esperar dos novos caminhos, nada basta. Corre-se o risco de deixar passar detalhes, e os erros o levarão para outro ponto de vista. 
O risco de rodear e cair no pânico. Pavor que transpira as mãos e pés. Deixa as mãos e pernas trêmulas na condução do seu veículo. Mas desperto para o som da seta novamente. Então, eu os observo. Dou risada dos meus pensamentos descansando a perna no banco de couro, ou na embreagem. Faço uma pausa no caminho e compatilho com alguém a experiência para que meus nervos escutarem que sei da existência deles. 
É só sair da zona de conforto, zona de conhecimento, de vivência. Tento recordar sobre o início do conhecido que já foi desconhecido, mas não lembro do temor. Não adianta argumentar, muda minha respiração, muda a freqüência cardíaca. tensão para os ombros e olhos, que parecem usar mais de 150% de sua capacidade para nada fugir do alcance. Ainda bem que o vidro da direita abaixa com uma pequena pressão. Apesar dos meus dedos estarem molhados e a força no botão poderia levantar até 5 kilos. Existem pessoas que pensam para ajudar, mesmo não ajudando muito, fazem parecer que você não está sozinha. Pronto, daí invade uma vontade de comemorar, pular e gritar: cheguei! O endereço planejado e não caminhado concluiu-se com muitos desvios de rota. Definição de pavor por andar sem saber aonde, apesar de imaginar e querer o fim.

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