Pobre elite desprezada... espezinhada!
Pobre patrimônio desconsiderado!
Quantos sóis você viu despontar?
Dia a dia, na lide comum,
Sob a canícula, ou debaixo do vendaval,
Na temperança ou ao rigor do frio,
Você buscou o cumprimento da vida.
Quem pode lhe imputar mazelas?
Quem pode lhe macerar os louros?
No laborar perpétuo: assistiu a tudo.
Viu a fome, o desabrigo e a mingua.
Viu a doença, o cansaço e a injustiça.
Noites e noites, a velar prostrada,
Buscou, febril, a réstia da esperança.
Luta, só a luta foi sua companheira.
Promessas e alentos vãos, paliativos
Ilusórios, se derramavam no seu farnel,
Enquanto as cãs se avolumavam, céleres.
Triste fim para um herói sem glória!
Da juventude airosa ao declinar pungente,
Ser viu fantasma de um viver proscrito,
É um prêmio infame, desumano e triste.
Degenerada sociedade que a esse fim se apresta!
Num simples lance de descaso torpe,
Lançar ao nada esse tesouro vívido, que de escaladas promissoras, exemplares, vem,
É pena insólita, perversa e fria,
Que clama aos céus por tão funesto horror.
Humanidade pérfida, malvada e insana,
Será que esquece o ciclo inalterável
Que a leva ao seu final prescrito?
O novo deve, fatalmente, ficar velho.
Tudo tende a fenecer, sem trégua.
Viver à margem não quer dizer sarjeta.
Inativar, não é deixar de ser,
E aposentar não é morrer, portanto!
Onde fica a honra atribuída a todos?
Pense em si, detentor do arbítrio,
Quando julgar aquele que será você!
Nilton Abrão
Pobre patrimônio desconsiderado!
Quantos sóis você viu despontar?
Dia a dia, na lide comum,
Sob a canícula, ou debaixo do vendaval,
Na temperança ou ao rigor do frio,
Você buscou o cumprimento da vida.
Quem pode lhe imputar mazelas?
Quem pode lhe macerar os louros?
No laborar perpétuo: assistiu a tudo.
Viu a fome, o desabrigo e a mingua.
Viu a doença, o cansaço e a injustiça.
Noites e noites, a velar prostrada,
Buscou, febril, a réstia da esperança.
Luta, só a luta foi sua companheira.
Promessas e alentos vãos, paliativos
Ilusórios, se derramavam no seu farnel,
Enquanto as cãs se avolumavam, céleres.
Triste fim para um herói sem glória!
Da juventude airosa ao declinar pungente,
Ser viu fantasma de um viver proscrito,
É um prêmio infame, desumano e triste.
Degenerada sociedade que a esse fim se apresta!
Num simples lance de descaso torpe,
Lançar ao nada esse tesouro vívido, que de escaladas promissoras, exemplares, vem,
É pena insólita, perversa e fria,
Que clama aos céus por tão funesto horror.
Humanidade pérfida, malvada e insana,
Será que esquece o ciclo inalterável
Que a leva ao seu final prescrito?
O novo deve, fatalmente, ficar velho.
Tudo tende a fenecer, sem trégua.
Viver à margem não quer dizer sarjeta.
Inativar, não é deixar de ser,
E aposentar não é morrer, portanto!
Onde fica a honra atribuída a todos?
Pense em si, detentor do arbítrio,
Quando julgar aquele que será você!
Nilton Abrão
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